Walter Benjamin
Com o advento metropolitano contemporâneo o tempo nos falta porque deixamos que outros o administre.
A une passante, poema de Charles Baudelaire:
A uma passante
A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;
Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.
Um relâmpago e após a noite! - A érea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
Sé te verei um dia e já na eternidade?
Bem longe, tarde, além, jamis provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado - o o sabias demais!
Charles Baudelaire
Tradução: Paulo Menezes
A uma passante
A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;
Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.
Um relâmpago e após a noite! - A érea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
Sé te verei um dia e já na eternidade?
Bem longe, tarde, além, jamis provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado - o o sabias demais!
Charles Baudelaire
Tradução: Paulo Menezes
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