quinta-feira, 26 de julho de 2012

CURIOS IDADES - Antônio Cândido, aniversário de 94 anos Encontrando poesia na vida do campo

Antonio Candido, esse cara é foda! Responsável por muitos dos meus pensamentos e por minha convicção e luta contra a sobrevida no capitalismo



"As várias atividades da lavoura e da indústria doméstica constituem oportunidades de mutirão, que soluciona o problema da mão-de-obra nos grupos de vizinhança, (...) suprindo as limitações da atividade individual ou familiar. E o aspecto FESTIVO, de que se reveste, constitui-se um dos pontos importantes da vida cultural do caipira"


CÂNDIDO, Antônio. 1918 - Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação de seus meios de vida. São Paulo: Ed. 34, 2001, p. 88.



EXISTENCIAL IDADES CANTADAS - Na cova dos leões




"E o ter medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho em ti navego
E eu sei que tua correnteza
Não tem direção"

Renato Russo






Medo de ficar sem grana
Medo de sofrer
Medo da morte
Medo da solidão
Medo do amanhã

E de tanto medo, não há mais vida
Prefiro a cova dos leões,
Vê-los alimentando-se da minha carne com voracidade




FEMINIL IDADES - Surto de TPM


Queria apagar tudo o que escreveu

Não podia agir como pensava
Negava-se!
Como se tudo aquilo não fosse ela
Eu vazio de sentido

Sem consciência,
Negava-se!

Pensou em voar do penhasco

E mesmo quando o caos entre prantos e loucuras passou
Continuou a praguejar:
Se existe um deus que criou essa condição feminina desgraçada..
Cassete! Que vá pro inferno!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

sábado, 21 de julho de 2012

EXISTENCIAL IDADES - Como é que se chama o nome disso?


Poeta Zizo em "Febre do Rato"
Minha vida não tem dono
O tempo é meu
mas o compartilho com qualquer um
qualquer um que queira
De preferência os vagabundos,
famintos, desajustados
Meu ambiente insano:
portal para a vida
Num espectro de distorção,
há quem queira atravessá-lo?


terça-feira, 17 de julho de 2012

FEMINIL IDADES - Encontro de perdidos: um e único


Um único encontro
Grávido,ele, buscava sexo
Eu, numa vida invadida por superficialidades
buscava um bom papo
Falamos sobre 100 anos de solidão
Sobre vida e sede de vida
Mortes, medos e dor.
Rimos das hipocresias alheias
Praguejamos os autoritarismos 
E, com volúpia, entregamos nossos corpos ao luar

CANTADAS - DA VIOLA, PAULINHO BUNITEZA


Paulinho da Viola, beleza e choro

EXISTENCIAL IDADES - Abandonar-se


Abandonei-me de minha pátria
Ou minha pátria me abandonou?

CANTADA - Do que não tem nome, de Neys para Cazuzas

"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com seu carinho
E lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa para um abraço ou consolo
(...)
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (...)"



segunda-feira, 16 de julho de 2012

CANTADA - Convite (sem formalidades)

Vamos passear de guarda-chuva?
Vamos nos dar privilégio?
Tecer noites e páginas?

"Mão e luva" - Adriana Calcanhoto

INCONFORM IDADES: POVOS E POVOS

O índio não tinha polícia
não tinha farmácia, recalques,
moléstias nervosas
nem delegacia de ordem social.
Vergonha de ficar pelado? Tinha não!
Nem de luta de classes
Nem de tráfico de brancas
Nem Ruy Barbosa
Nem voto secreto
Nem se ufanava do Brasil.
Não era aristocrata, nem burguês, nem proletário.
Por que será?

EXIXTENCIAL IDADES - Experiências verdadeiras

"As nossas experiências verdadeiras não são tagarelas.
Elas não poderiam se comunicar, mesmo se quisessem.
Isto é, falta-lhes a palavra".

 (F. Nietzsche)

FEMINIL IDADES - Por elas mesmas



"Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo
Prometido à morte! (...)
Meu corpo, trago nele vinho forte:
Meus beijos de volúpia e maldade"

Florbela Espanca

domingo, 15 de julho de 2012

EXISTENCIAL IDADES: Momento Kerouac

"Eu só confio nas pessoas loucas
aquelas que são loucas para viver,
loucas para falar,
loucas para serem salvas,
desejosas de tudo ao mesmo tempo,
que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira
mas queimam, queimam, queimam
como fabulosas velas amarelas romanas
explodindo como aranhas através das estrelas"

"Ofereça à eles aquilo que mais desejam secretamente;
É claro que entrarão em pânico imediatamente"

Jack Kerouac


EXISTENCIAL IDADES - Rosas





Sou mais a Rosa, a vermelha
Pode ser também aquela de Guimarães
Ou a rosa usada para calar as armas,
Conter fúrias infundadas,
Despertar almas.


FEMINIL IDADES - Qual amor?

O meu amor não vai, não passa, não adormece como os amores de verão na praia. É figueira quebrada por aqueles que nela se penduram enquanto se divertem. Chega a primavera e o galho quebrado rebrota e a cicatriz do galho quebrado é uma história de um momento feliz, impossível apagar esse amor. E na outra primavera os galhos rebrotados florescem e perfumam os ares, embelezam a vida de quem passa. Aqueles que um dia brincaram na figueira, olham admirado com tanta beleza e lembram, talvez não com o mesmo amor, do tempo em que foram felizes ali.  Os pistilos das flores conversam com os insetos que anunciam que é tempo de se transformar e persistir, como o amor encontrado na cidade submersa pelos escafandristas.


Imagem: flicker.com

FEMINIL IDADES - Sobre gigantes

(...) "Até um cego poderia ver que se trata de moinhos de ventos e não de gigantes". (CERVANTES, Dom quixote)

 
(...) "O mal não é a gente amar... O mal é a gente vestir a pessoa amada com um despropósito de atributos divinos que chegam a triplicar as vezes o volume do amor. o que se dá? Uma pessoa natural é fácil substituir por outra natural também, questão de sair uma e entrar outra... Porém a que sai do nosso peito é amor que sofre de gigantismo idealista, e não se acha outra de tanta gorduta pra botar logo no lugar. Por isso fica um vazio doendo... Então a gente anda cada estrião a pé... Aquilo dura bastante tempo, até que o vazio, graças aos ventinhos da boca da noite, encha de pó. Se encha de pó."

ANDRADE. Mário de. Os contos de Belazarte. 6 ed. SP: Martins, 1973, p. 42-43