domingo, 7 de outubro de 2012

Existencial idades - O dia seguinte



No dia seguinte acordaram com a novidade: 100% dos votos anulados. 100%? Exatamente, ninguém mais queria delegar ao outro o seu poder de decisão. Destruíram os bancos, o planalto central e a bolsa de valores. Não queriam mais o dinheiro corrompendo pessoas, comprando almas e expropriando vidas. Decidiram que todos seriam responsáveis por educar as crianças. Sabiam que cada qual tinha uma importância fundamental na sociedade que pretendiam construir. Formaram mutirões trabalho para produzir alimentos em suas comunas e nos espaços demolidos. Os frutos eram repartidos e todos desfrutavam sem serem expropriados do seu trabalho. As fábricas foram tomadas e formaram equipes de trabalho em que cada um trabalhava uma vez no mês e produziam apenas o necessário. O resto dos dias? Fizeram festas, dançaram, produziram literatura, arte, poesia, conhecimento e compartilhavam com todos nas prosas do dia-a-dia. A vida florescia quebrando concretos que antes os mantinham cativos.

domingo, 12 de agosto de 2012

IDADE - Dê composição
















E na na lápide o abutre gravou três palavras para que não esquecessem:
"Jaz um pensamento"
Por baixo dela, microvidas, bactérias, insetos, fungos reclamavam: E pensamento morre???

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IDADES DE UM LUGAR - Das delicadezas perdidas, uma avenida chamada Brasil


Filme: "Chico ou o país da delicadeza perdida"




Filme documentário: "Uma avenida chamada Brasil"

Talvez o sentimento de Proust, Tempo perdido?
Onde achá-lo no meio do caos?
Hoje eu vou sair...
Ver se eu me encontro com o Tempo
Será que consigo convencê-lo?
Itamar e Leminski diziam que o homem com uma dor
é muito mais elegante!
Analgésicos aliviam por determinado tempo
Mas quando volta 
vem maior do que a de um desterrado de Shakespeare
Olhe bem Tempo, que finesse tem a nossa dor..
Urubusserva, rodeia, come a carniça e some!
Que venham os bons tempos!

CURIOUS IDADES - De Recife para o mundo: Manguebeat


Diretamente do mangue:


Manguebeat no Recife, cidade onde andam os homens caranguejo


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

EMPRESTADAS - A ausência



Garçon
 Por favor,
Um icebergue.



Emprestada de Patrícia Mendonça do "Colobom".

EMPRESTADAS - Das estações

Primavera
Verão
Outono
Inverno
Sé: desembarque pelo lado esquerdo do trem


Emprestado de Patrícia Mendonça "Colobom".

FEMINIL IDADES, emprestadas - Busca Vida

Busca a vida
A vida busca
Pulsar, amar
Cantar, Gozar
Vida...

Para elém das
carcaças estripadas
Na montanha de
corpos, fogados,
estourados, ensinerados

Vasos, veias explodem em visitas
A quartos estranhos
Cadê? Já foi!!!
Vida...
Pulsa...
Para além do agora...
Cuicurucando, chamando
Pra guerra!!!


Emprestado de Patrícia Mendonça, "Colobom".

FEMINIL IDADES CANTADA (SEM CANTO) - Geni sangue nos olhos

"Acontece que a donzela
(e isso era segredo dela)
também tinha os seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilha e a cobre
Preferia amar com os bixos"

Só ela sabia da sua dor...Geni já não era mesma.
O prefeito chegou de joelhos e ela não hesitou:
-Prefeitinho do caralho! Como você é podre! 
Ontem mesmo você mandou incendiar o meu barraco lá no moinho. Agora você aqui de joelho... Diz que é para o bem da cidade... Dou-lhe um segundo pra sumir da minha frente!
E quando ele se virou para correr ela atira com sua winchester 22, a mesma do Santo Cristo, e explode o joelho daquele monstro imundo. Ele olha pra traz e suplica a compaixão de Geni. 
-Olhe-me nos olhos seu seu engorda corja do setor imobiliário. Eu não vou matá-lo por piedade. Condenar-lhe à sobrevida é pior que qualquer morte e é assim que você vai viver daqui por diante. Você e toda corja: seus vereadores e aliados  estão condenados ao trabalho. Comerão apenas o suficiente para se manterem trabalharem. Agora se manda. pro trabalho!
O bispo chegou com os olhos vermelhos. Doidão. Geni o segura pela batina:
- Véio hipócrita do caralho, enquanto você usa esse baguio aí do bom, crianças e adolescentes são mortas na favela para sustentar o luxo dos grandes traficantes. O lance é o seguinte, seu pedófilo desgraçado, aproveitador de almas em desespero, chegou sua hora. A grana que você arrancou das pobres de almas aflitas será revertida para que todos tenham acesso à arte, aos encontros e à poesia! Só assim nos livraremos livres dessa carcaça de culpa que a sua igreja nos faz carregar. E tem outra coisa, velho nojento, você encontrou sua alma gêmea: tá ligado o homi do Zepelim? Pois é o homem pegou sífilis e gonorreia, tá esclerosado, mais ainda doido pra pegar um, vou colocá-lo no meu lugar. Isso será para você relembrar o seu tempo de pedofilia!
O banqueiro chegou com um milhão, Geni arranca-lhe todo o dinheiro e ateia fogo aos montes.
- A partir de agora todo dinheiro do mundo não tem mais valor. As nossas vidas terão outro sentido, ninguém jamis poderá comprá-las. 
Se volta ao banqueiro:
- Você quantas vidas você roubou por conta da sua ganância? Desgraçado! Você por acaso sabe o que é sobreviver? Diga-me uma coisa, o senhor gosta muito desse sistema, não é?
-Gosto muito!  É a lei da natureza: uns trabalham, outros desfrutam.-Responde o velho.
Geni chuta a boca do avarento que cai com a cara espatifada.
Pois é seu asqueroso nojento, a lei da natureza chegou pro cê, Vai ter que soar para conseguir viver. Trabalharás todos os dias, não vai conseguir pensar, não terás tempo para nada, será controlado e odiado por todos por sua miséria de espírito, por olhar pro sofrimento da humanidade com indiferença e contribuir para tantos tempo para promovê-lo.
De longe, o velho do Zepelim observa tudo muito assustado! Foi saindo de fininho com suas pernas esclerosadas num tombo fenomenal.
- Me ajudem! Me ajudem! Eu preciso me mandar daqui! Essa Geni não é mais a mesma! Ela tem sangue nos olhos! Vou explodir tudo!
Geni se aproxima do velho esclerosado e o segura pelos cabelos:
- Sangue nos olhos, não é mesmo? Achou o que? Que encontraria a Branca de Neve e os sete anões? Sou apenas fruto do que vocês semearam. Você vai se mandar daqui para com uma passagem só de ida com o bispo para a ilha do lixão com o bispo. Vão se devorar até que se acabem. Vocês se merecem! 

FEMINIL com EXISTENCIAL IDADES - Três cachaças, um cavaco, um pandeiro e um irmão






Sem cores são as dores
Dores de dólares,
dores de colares
e o brilho funebre de suas pérólas.
Prende-se ao pescoço, cativa

Quebro-lhe e saio em descompasso
e encontro num cavaco, num pandeiro, num irmão e
num trago das três cachaças,
"Cura Mágoa, Busca Vida e Poção Mágica", a
receita pra aliviar temporariamente a dor do cativeiro







terça-feira, 7 de agosto de 2012

EXISTENCIAL IDADES - Do vento vem tudo
















DO VENTO

Alimenta o fogo
atormenta o mar
arrepia o corpo
joga o ar no ar
leva o barco a vela
levanta os lençóis
entra na janela
leva a minha voz
nuvens de areia
folhas no quintal
canto de sereia
roupas no varal
tudo vem do ven-tudo vem
do vento vem tu-do vento vem
do vento vem tudo
tudo bem
sacode a cortina
alça os urubus
sai pela narina
canta nos bambus
cabelo embaraça
bate no portão
espalha a fumaça
varre a plantação
lava o pensamento
deixa o som chegar
leva esse momento
traz outro lugar
tudo vem do ven-tudo vem
do ven-tudo vem
do vento vem tu-do vento
vem tu-do vento vem
do vento vem tudo
tudo bem


(Arnaldo Antunes/Paulo Tatit/Sandra Peres)

domingo, 5 de agosto de 2012

ANCESTRAL IDADE - Construir-se é saber a sua história


Minha história, saber quem eu sou
me fazem forte
Desafio o mundo
Minhas armas não são de aço
Posso enlouquecer os que me matam todos os dias

















Naná Vasconcelos e ancestralidade

Nota: Ancestral idades é mais uma das "idades" do blog. As idades do blog são: Femin, Existencial, Curios, Cantadas. Idades que me fazem. Eu me construindo ora só ora com os outros que cruzo e que faço questão que estejam em em mim.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

EXISTENCIAL IDADES - Eu queria ser trapezista

Era Uma Vez

"Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora
Eu queria ser trapezista, minha paixão era o trapézio
Me atirava do alto na certeza que alguém segurava-me as mãos, não me deixando cair
Era lindo, mas eu morria de medo
Tinha medo de tudo quase: cinema, parque de diversão, de circo, ciganos Aquela gente encostada que chegava e seguia
Era disso que eu tinha medo, do que não ficava pra sempre

Era outra vez, outro parque, outro circo, ciganos e patinadores
O circo chegou a cidade, era uma tarde de sonhos e eu corri até lá
Os artistas se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo
E eu, meio ousada, entrei no meio deles e falei que queria ser trapezista
Veio falar comigo uma moça do circo que era a domadora
Era uma moça bonita, mas era uma moça forte, era uma moçona mesmo
Ela me olhou, riu um pouco e disse que era muito difícil mas que nada era impossível

Depois veio o palhaço Polly, veio o Topsy, veio Diderlang que parecia um príncipe
Veio o dono do circo, as crianças, o público...
De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando
A lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto
Quando eu cansei de ficar olhando pro alto e fui olhar para as pessoas,
Só aí eu vi que estava sozinha"

Antonio Bivar






quarta-feira, 1 de agosto de 2012

EXISTENCIAL IDADES - ANTI BIÓTICO


Anti biótico, contra vida.
Tomo para matar qualquer tipo de vida dentro de mim
Na bula diz:
"Sem contra-indicação para o sistema capitalistório"
Tomo de 12 em 12 horas.
O problema é que a porra não faz efeito sobre mim
Vira e mexe os bixos se remexem dentro de mim e saem pra fora em busca de vida!


quinta-feira, 26 de julho de 2012

CURIOS IDADES - Antônio Cândido, aniversário de 94 anos Encontrando poesia na vida do campo

Antonio Candido, esse cara é foda! Responsável por muitos dos meus pensamentos e por minha convicção e luta contra a sobrevida no capitalismo



"As várias atividades da lavoura e da indústria doméstica constituem oportunidades de mutirão, que soluciona o problema da mão-de-obra nos grupos de vizinhança, (...) suprindo as limitações da atividade individual ou familiar. E o aspecto FESTIVO, de que se reveste, constitui-se um dos pontos importantes da vida cultural do caipira"


CÂNDIDO, Antônio. 1918 - Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação de seus meios de vida. São Paulo: Ed. 34, 2001, p. 88.



EXISTENCIAL IDADES CANTADAS - Na cova dos leões




"E o ter medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho em ti navego
E eu sei que tua correnteza
Não tem direção"

Renato Russo






Medo de ficar sem grana
Medo de sofrer
Medo da morte
Medo da solidão
Medo do amanhã

E de tanto medo, não há mais vida
Prefiro a cova dos leões,
Vê-los alimentando-se da minha carne com voracidade




FEMINIL IDADES - Surto de TPM


Queria apagar tudo o que escreveu

Não podia agir como pensava
Negava-se!
Como se tudo aquilo não fosse ela
Eu vazio de sentido

Sem consciência,
Negava-se!

Pensou em voar do penhasco

E mesmo quando o caos entre prantos e loucuras passou
Continuou a praguejar:
Se existe um deus que criou essa condição feminina desgraçada..
Cassete! Que vá pro inferno!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

sábado, 21 de julho de 2012

EXISTENCIAL IDADES - Como é que se chama o nome disso?


Poeta Zizo em "Febre do Rato"
Minha vida não tem dono
O tempo é meu
mas o compartilho com qualquer um
qualquer um que queira
De preferência os vagabundos,
famintos, desajustados
Meu ambiente insano:
portal para a vida
Num espectro de distorção,
há quem queira atravessá-lo?


terça-feira, 17 de julho de 2012

FEMINIL IDADES - Encontro de perdidos: um e único


Um único encontro
Grávido,ele, buscava sexo
Eu, numa vida invadida por superficialidades
buscava um bom papo
Falamos sobre 100 anos de solidão
Sobre vida e sede de vida
Mortes, medos e dor.
Rimos das hipocresias alheias
Praguejamos os autoritarismos 
E, com volúpia, entregamos nossos corpos ao luar

CANTADAS - DA VIOLA, PAULINHO BUNITEZA


Paulinho da Viola, beleza e choro

EXISTENCIAL IDADES - Abandonar-se


Abandonei-me de minha pátria
Ou minha pátria me abandonou?

CANTADA - Do que não tem nome, de Neys para Cazuzas

"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com seu carinho
E lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa para um abraço ou consolo
(...)
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (...)"



segunda-feira, 16 de julho de 2012

CANTADA - Convite (sem formalidades)

Vamos passear de guarda-chuva?
Vamos nos dar privilégio?
Tecer noites e páginas?

"Mão e luva" - Adriana Calcanhoto

INCONFORM IDADES: POVOS E POVOS

O índio não tinha polícia
não tinha farmácia, recalques,
moléstias nervosas
nem delegacia de ordem social.
Vergonha de ficar pelado? Tinha não!
Nem de luta de classes
Nem de tráfico de brancas
Nem Ruy Barbosa
Nem voto secreto
Nem se ufanava do Brasil.
Não era aristocrata, nem burguês, nem proletário.
Por que será?

EXIXTENCIAL IDADES - Experiências verdadeiras

"As nossas experiências verdadeiras não são tagarelas.
Elas não poderiam se comunicar, mesmo se quisessem.
Isto é, falta-lhes a palavra".

 (F. Nietzsche)

FEMINIL IDADES - Por elas mesmas



"Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo
Prometido à morte! (...)
Meu corpo, trago nele vinho forte:
Meus beijos de volúpia e maldade"

Florbela Espanca

domingo, 15 de julho de 2012

EXISTENCIAL IDADES: Momento Kerouac

"Eu só confio nas pessoas loucas
aquelas que são loucas para viver,
loucas para falar,
loucas para serem salvas,
desejosas de tudo ao mesmo tempo,
que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira
mas queimam, queimam, queimam
como fabulosas velas amarelas romanas
explodindo como aranhas através das estrelas"

"Ofereça à eles aquilo que mais desejam secretamente;
É claro que entrarão em pânico imediatamente"

Jack Kerouac


EXISTENCIAL IDADES - Rosas





Sou mais a Rosa, a vermelha
Pode ser também aquela de Guimarães
Ou a rosa usada para calar as armas,
Conter fúrias infundadas,
Despertar almas.


FEMINIL IDADES - Qual amor?

O meu amor não vai, não passa, não adormece como os amores de verão na praia. É figueira quebrada por aqueles que nela se penduram enquanto se divertem. Chega a primavera e o galho quebrado rebrota e a cicatriz do galho quebrado é uma história de um momento feliz, impossível apagar esse amor. E na outra primavera os galhos rebrotados florescem e perfumam os ares, embelezam a vida de quem passa. Aqueles que um dia brincaram na figueira, olham admirado com tanta beleza e lembram, talvez não com o mesmo amor, do tempo em que foram felizes ali.  Os pistilos das flores conversam com os insetos que anunciam que é tempo de se transformar e persistir, como o amor encontrado na cidade submersa pelos escafandristas.


Imagem: flicker.com

FEMINIL IDADES - Sobre gigantes

(...) "Até um cego poderia ver que se trata de moinhos de ventos e não de gigantes". (CERVANTES, Dom quixote)

 
(...) "O mal não é a gente amar... O mal é a gente vestir a pessoa amada com um despropósito de atributos divinos que chegam a triplicar as vezes o volume do amor. o que se dá? Uma pessoa natural é fácil substituir por outra natural também, questão de sair uma e entrar outra... Porém a que sai do nosso peito é amor que sofre de gigantismo idealista, e não se acha outra de tanta gorduta pra botar logo no lugar. Por isso fica um vazio doendo... Então a gente anda cada estrião a pé... Aquilo dura bastante tempo, até que o vazio, graças aos ventinhos da boca da noite, encha de pó. Se encha de pó."

ANDRADE. Mário de. Os contos de Belazarte. 6 ed. SP: Martins, 1973, p. 42-43

quinta-feira, 14 de junho de 2012

INCONFORM IDADADES - CANTADAS: Correm para não desistir... De que afinal????


Depois dos navios negreiros e dos metrôs de São Paulo, eu quero um trem para as estrelas!





"São sete horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem
(...)
Estranho o teu Cristo, Rio [mundo!],
que olha tão longe, além.
Com os braços sempre abertos
mas sem proteger ninguém.
Eu vou forrar as paredes
do meu quarto de miséria
com manchetes de jornal
pra ver que não é nada sério.
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
que a tristeza é uma maneira
da gente se salvar depois
(...)"

CAZUZA, "Um trem para as estrelas"

FEMINIL IDADES - Para os momentos de onipotência


"HOJE
sou uma das coisas
raras do planeta
capaz de dar à vida
tudo que ela tem de luz

flor
que aberta
traria da água escura
o polén, a fruta

dia
que tirania
de dentro da noite
o lado oculto da lua

tão rara
e como eu
todas as sementes
que o vento arranca de tudo e atira no nada

RUIZ, Alice. "Dois em um", p. 31. São Paulo, Iluminuras, 2008

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