sexta-feira, 3 de agosto de 2012

EXISTENCIAL IDADES - Eu queria ser trapezista

Era Uma Vez

"Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora
Eu queria ser trapezista, minha paixão era o trapézio
Me atirava do alto na certeza que alguém segurava-me as mãos, não me deixando cair
Era lindo, mas eu morria de medo
Tinha medo de tudo quase: cinema, parque de diversão, de circo, ciganos Aquela gente encostada que chegava e seguia
Era disso que eu tinha medo, do que não ficava pra sempre

Era outra vez, outro parque, outro circo, ciganos e patinadores
O circo chegou a cidade, era uma tarde de sonhos e eu corri até lá
Os artistas se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo
E eu, meio ousada, entrei no meio deles e falei que queria ser trapezista
Veio falar comigo uma moça do circo que era a domadora
Era uma moça bonita, mas era uma moça forte, era uma moçona mesmo
Ela me olhou, riu um pouco e disse que era muito difícil mas que nada era impossível

Depois veio o palhaço Polly, veio o Topsy, veio Diderlang que parecia um príncipe
Veio o dono do circo, as crianças, o público...
De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando
A lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto
Quando eu cansei de ficar olhando pro alto e fui olhar para as pessoas,
Só aí eu vi que estava sozinha"

Antonio Bivar






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